Falar em gastronomia é necessariamente falar de cultura. Não é por acaso que Resolução do Conselho de Ministros nº 96/2000 de 26 de Julho considera a Gastronomia Portuguesa como bem imaterial integrante do Património Cultural Português. É também um dos mais interessantes produtos turísticos. Nada define melhor um povo que a sua cozinha.
As Terras de Basto abrem-se de forma generosa a um dos mais nobres apetências do homem civilizado: uma cozinha antiga e sábia, temperada a preceito, substancial, saudável, completa, com um vinho apropriado a cada prato.
Como “entreténs de boca” um bom fumeiro, pataniscas, peixes da horta. Um caldo é a melhor e mais higiénica forma de começar um bom repasto. As trutas que ainda vão aparecendo nas ribeiras de agua fria e batida; os peixes do rio, quanto mais pequenos melhor. Um bacalhau à Lagareiro.
Passemos às carnes. As carnes de raças autóctones (Barrosã e Maronesa) são só por si uma excelente aposta. O Cabrito das Terras Altas do Minho, as couves com feijão, os milhos ricos ou mesmo os pobres, um bom arroz de cabidela. Um fricassé de pato com canela.
Em terra pouco feita a mimos poder-se-ia pensar que a sobremesa tivesse uma fraca representação. Dos tradicionais doces de romaria a um leite-creme, à aletria, ao sarrabulho doce é um nunca acabar de especialidades de comer e lamber os dedos, mesmo tendo guardanapo à mão. Na fruta experimente uma maça “Pipo de Basto”.
Não há uma boa gastronomia sem bons vinhos. Basto produz excelentes vinhos brancos e tintos de características muito próprias, derivadas das castas dominantes e da situação geográfica. Ainda pode ver algumas bordaduras como o tradicional “Enforcado”.
A Confraria Gastronómica do Milhos, criada em Maio de 2008, propõe-se preservar e divulgar um prato tão apreciado na região, bem como a restante gastronomia regional. Porque a legislação actual não permite ainda certificar pratos, vai ainda tentar certificar os principais produtos que entram na sua confecção.
Consciente de que só se consegue manter o genuíno e autêntico com uma investigação rigorosa e profunda, a Comissão Instaladora da Confraria, em parceria com o Banco de Germoplasma (Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte), está a enveredar esforços no sentido de recuperar o milho tradicionalmente utilizado na confecção do prato, bem como a efectuar o levantamento dos produtores de milho da região e recolha de receitas tradicionais de confecção do mesmo.